sexta-feira, 27 de maio de 2011

A lanterna dos afogados.









"Te esperei na lanterna dos afogados,mais voce não veio me salvar"

Ali naquele local ela lembrou de tudo que havia acontecido,de um passado bem recente. Retomar tudo aquilo ali naquele local era muito doloroso pensou,mas era fundamental pois só assim ela conseguiria suportar o frio,a escuridão e o medo.Lembrou de um verão distante que tinha sido um dos melhores verões da sua vida,lembrou de um banco de uma praça qualquer onde um pedido junto com uma testemunha ressoava em seus ouvidos,lembrou dos meses distantes em que pensou em desistir e foi convencida por uma voz do outro lado da linha dizendo que aquilo que ela estava pensando ser duvida era só medo ,e que ia ficar tudo bem.Horas tardias da noite que chegavam a tema de musica do Matt Wertz.As lembranças vinham agora fortes como a água salgada batendo em seu rosto,lembrou da visita que ela não acreditava chegar mais foi,dos abraços demorados,da urgência que se fez presente no carro em uma noite estrelada,das perseguições policiais imaginarias,e de tanto episodio feliz ou tosco que já tinha passado junto do tal outro lado da história.Vieram crises é outros medos,chegaram carnavais e quarta feiras de pura cinza,mas junto com o choro também veio a decisão de diminuir a distancia geográfica, veio a mudança de cidade é de estado de alma,ela enfim decidiu remar junto,tomar como seu o barco que já tinha passado por tanta tempestade,já havia entrado água, haviam aparecido monstros marinhos,mais ele ainda não tinha afundado,decidiu se dedicar é não ter mais medo de o barco afundar,mais eis que veio a surpresa,o barco ganhou outro membro,um terceiro tripulante estava a caminho,foi acidental mais mesmo assim havia espaço mesmo que não planejado para ele.Foi ae que o segundo tripulante começou a mudar,a ter crises de personalidade é a querer espaço demais,ela que carregava o tripulante novo precisava se sentir segura em meio aquela tempestade,lembrou de um tempo em que o barco se encontrava em águas calmas e dias ensolarados,lembrou de promessas feitas por parte do segundo tripulante e de todos os planos que haviam feito para a chegada do terceiro tripulante.Ela não conseguia entender o motivo de tudo aquilo e perguntava ao tripulante por que ele estava agindo de tal forma,começaram uma briga onde as culpas e motivos foram apontados. ele olhou pros lados e confuso com tudo aquilo enxergou uma ilha bonita e que possuía outros tripulantes que pareciam  felizes por terem abandonado seus barcos,então ele tomou uma decisão que no momento parecia ser a mais agradável (e não a mais correta) e em seguida pulou do barco remou até a ilha e foi amparado por outros viajantes que assim como ele não possuíam o senso de direção. Ela mesmo cansada ainda se agarrava a destroços em meio ao barco afundando querendo salvar aquilo que ela acreditava ser muito valioso,mais quando olhou para o lado em busca de ajuda se viu sozinha,e viu o outro tripulante nadando alegremente a uma ilha sem olhar pra trás e com um sorriso no rosto,ela viu ele chegar a ilha e ser amparado e exaltado como se fosse ato heróico pular de um barco em meio a uma tempestade com dois tripulantes que dependiam dele.Ela entrou em desespero quando viu ele festejar e expor toda a aventura da viagem a desconhecidos que  assistiam  de camarote a sua luta e riam de seu esforço inútil para deter o naufrágio.Sem forças ela largou o ultimo pedaço do barco que estava entre seus dedos é se deixou afundar,ele vendo a cena gritou para ela nadar ate a lanterna dos afogados que ele iria salva-la.Ela reuniu todas as forças e nadou até a lanterna dos afogados e era La que ela se encontrava naquele momento,foi esperando que ela lembrou do inicio de tudo,e foi La que ela viu que o mais importante de tudo isso ela não havia perdido,estava ali dentro dela meio prejudicado indiretamente por todo o naufrágio pois eles compartilhavam tudo pela placenta,mais ele estava ali mexendo forte e foi por causa dele que ela tomou uma decisão,já cansada de esperar ser salva reuniu forças e soltou a lanterna dos afogados e viu que depois da tempestade veio um mar calmo,ela sentiu intimamente a força do terceiro tripulante dentro dela e nadou ainda com medo,deu algumas braçadas e viu o horizonte,mesmo em meio as ondas ela se sentiu confiante pra nadar.O segundo tripulante que estava na ilha dos prazeres como assim era chamada viu a luta dela para nadar,e com as mesmas falsas promessas gritou pra ela esperar na bóia que ele ira salva-la,mais seu esforço foi inútil,ela a cada braçada se sentia mais forte e motivada para remar pra longe daquilo tudo.Ela já não precisava de um barco naquele momento,so da esperança de dias melhores e da certeza de dar tudo de si para que o terceiro tripulante se senti-se seguro e feliz ao seu lado,e que juntos eles dois construissem um barco bem mais seguro que o primeiro.E ela continuava nadando mais agora com o coração leve,e em paz,por ter a certeza de que tinha feito tudo para salvar o barco,se ele afundou não era culpa dela,a história não termina aqui,e os personagens esses ainda tem muita aventura pra viver,e eu prometo contar tudo a vocês.

                                                                                                                 

Hany Galvão.

2 comentários:

  1. Fábio

    eu te admiro por sua coragem.. coragem de tudo.. de ser o que se é, de não precisar mentir e de não precisar 'forçar' para ser aceita.. admiro sua honestidade, o seu caráter, a sua honradez.. admiro o valor espiritual que tu tens e a maneira como transforma sua vida em arte.. sim, em arte..
    lembre-se: viva! viva!! por que o tempo passa e passa com rapidez..

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  2. Essa sem dúvidas foi a 'história' mais LINDA e EMOCIONANTE que já lii *--*
    me identifiquei bastantee.!
    escrevendo mto Hany :** bjinhos pra vc e Miguel

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Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. (Voltaire)